quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Investindo em Relacionamentos




Tecnologia e alta eficiência no mercado de trabalho actual trouxeram muitos benefícios, mas também acarretaram consequências onerosas. Enquanto lidamos, por exemplo, com inundações de e-mails, correio de voz, etc. e a responsabilidade crescente no nosso emprego, a nossa capacidade para desenvolver e manter amizades permanentes enfrenta, a cada ano, gigantescos desafios.

Muitos de nós no mundo profissional e empresarial - inclusive eu mesmo - têm recebido treinamento nas áreas de administração de tempo e gestão de prioridades, na procura duma maior eficiência profissional. Melhora a produtividade e ajuda-nos a eliminar itens menos ou não necessários da lista diária de "Coisas para Fazer". Contudo, estou preocupado com a maneira como estas exigências crescentes estão a afectar perigosamente os nossos relacionamentos de longa data.

Um factor importante, geralmente esquecido na nossa busca incansável pelo sucesso, é a realização e o triunfo que normalmente resultam do trabalho conjunto de pessoas que partilham os seus talentos e capacidades, na busca de uma missão comum. Os meus amigos mais chegados são aqueles que frequentemente se apresentaram para oferecer ajuda quando eu mais precisei. Porém, as nossas agendas lotadas estão a tornar cada vez mais difícil cultivar esses relacionamentos valiosos. Por isso, fico às vezes a imaginar, se no meu funeral comparecerão apenas as pessoas que se sentirão obrigadas a estar lá ou aquelas seriamente comprometidas com a nossa amizade.

No capítulo 10 do Evangelho de Lucas, na Bíblia, há um relato conhecido sobre um momento em que Jesus visitou a casa das irmãs Maria e Marta. Esta era perfeccionista e gastava muito tempo a trabalhar diligentemente, preparando uma refeição para Jesus e os Seus amigos. Enquanto isso, Maria, ao contrário, preferia, sentar-se aos pés de Jesus, devotando tempo para simplesmente estar com o seu Senhor, em vez de ficar atarefada a fazer qualquer coisa para Ele.

A Marta aborreceu-se muito com a irmã por não a ajudar nos preparativos. Não podemos culpá-la. Obviamente havia muita coisa importante a ser feita e a ajuda da irmã era bem-vinda. Aparentemente ela também ficou aborrecida com Jesus, por não ter repreendido a Maria dizendo-lhe que se ocupasse de alguma tarefa.

Em atenção à queixa de Marta, Jesus agiu de modo surpreendente: “Respondeu o Senhor: Marta, Marta, andas preocupada e aflita com tantas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lucas 10:41).

Ao reflectir neste relato - óptimo lembrete para mim e espero que para si também - percebi que os relacionamentos que cultivamos são mais significativos e mais importantes do que as tarefas que realizamos. Cumprir metas é muito importante, mas precisamos de lembrar-nos do valor dos relacionamentos e reconhecer quando é mais importante colocar de lado os projectos, mesmo que por alguns instantes, e investir tempo com um amigo.

O nosso trabalho ficará sempre à espera da nossa atenção e acção. Mas negligenciar amizades pode enfraquecê-las e até mesmo extingui-las. Pense nisto: “Há alguém que precisa contactar hoje… alguém importante para si… um relacionamento demasiado importante e precioso que não pode nem deve perder?


Adaptado, com permissão, de "Momentos de Integridade com Rick Boxx", um comentário semanal acerca da integridade no mundo dos negócios, a partir da perspectiva cristã. Tradução de Mércia Padovani.


Questões para Reflexão/Discussão

1. Algumas pessoas são, por natureza, mais fáceis de se relacionarem do que outras. Qual é a sua capacidade para manter e desenvolver relacionamentos, tanto pessoalmente como profissionalmente – ou, no seu entender, considera esta questão menos importante? Comente as suas razões.

2. Quais são os maiores obstáculos ou impedimentos na construção e desenvolvimento de amizades importantes que encontra no seu local de trabalho? Acha que a possibilidade em estabelecer bons relacionamentos está a mudar positivamente ou negativamente?

3. Lembra-se de ter perdido ou estar a deteriorar-se algumas amizades importantes por não conseguir dedicar tempo de qualidade? Que passos acha que deveriam ser dados ou deseja dar para evitar que tal aconteça no futuro?

4. Como responderia se alguém lhe pedisse conselho acerca de como equilibrar entre as solicitações e realizações no trabalho e a questão importante de proteger os relacionamentos?

NOTA: Se possuir uma Bíblia e desejar aprofundar outras passagens sobre este assunto, consulte: Provérbios 17:17, 18:24, 27:10, 27:17; João 15:13-15

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